sábado, 27 de março de 2010

Passos Coelho vence no PSD com maioria absoluta

O novo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, arrecadou mais de sessenta por cento dos votos dos militantes social democratas, que afluiram às urnas em número superior às últimas directas,então ganhas por Manuela Ferreira Leite.
Passos Coelho derrotou de forma esmagadora Paulo Rangel e Aguiar Branco para além do "outsider" Castanheira de Barros.
A vitória do novo lider do maior partido da oposição representa uma pesada derrota dos "notáveis" do PSD, incluindo Cavaco Silva, e mais directamente de Manuela Ferreira Leite, Pinto Balsemão,António Capucho, Alexandre Relvas e do ideólogo de Ferreira Leite, Pacheco Pereira, entre outros.
Embora, insistindo na necessidade de unir o partido, Passos Coelho vai ter de dirigir, do lado de fora, um Grupo Parlamentar que foi organizado à sua revelia e que conta com um número demasiado largo de apoiantes dos derrotados, alguns deles bem aguerridos contra as posições que foi defendendo na campanha para as directas.
Obviamente, para alcançar a unidade interna, Passos Coelho, à falta de melhor argumento, vai ter de entrar pela via já estafada do ataque "cego e destemperado" contra o primeiro ministro e contra o Partido Socialista.O que, aliás, seria, "legítimo" se fosse ancorado numa postura de estado e visando fazer uma oposição de alternativa a José Sócrates.
Receio bem que Passos Coelho não tenha a coragem de pôr ordem no partido, independentemente do actual governo socialista, creio, pelo contrário, que vai ter de ceder ao tacticismo em que caíu Ferreira Leite e o seu séquito. Primeiro "a clautrofobia", depois "a asfixia" e por fim "a liberdade de expressão"...e o voto a contra-gosto no Projecto de Resolução do PEC!
Se assim for, Passos Coelho não chegará às próximas eleições. Nem a crise do país o permitirá nem os seus adversários internos lho consentirão.
Creio que Marcelo Rebelo de Sousa teve este cenário em mente quando recusou enfrentar Passos Coelho.
Antes de mais, para Marcelo foi necessário arrumar as veleidades de Rangel e Aguiar Branco... e consumado o facto, do alto da sua tribuna televisiva, Marcelo zurzirá implacavelmente os erros e dislates de "um qualquer Passos Coelho", como se lhe referiu há poucas semanas.
A ver vamos se a expressiva vitória de Passos Coelho é suficiente para o blindar contra as frechadas daqueles que hoje derrotou, e nem me refiro aos que o enfrentaram nas urnas.
O mesmo é dizer, Marcelo não visa,em primeira instância, as presidenciais de 2015, visa, antes as legislativas, mesmo que sejam em 2013,no fim da legislatura.



Osvaldo Castro

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