terça-feira, 14 de dezembro de 2010

"Há uma acalmia dos mercados", mas as dificuldades não estão ultrapassadas...

Lisboa, 14 dez (Lusa)

"O ministro da Economia, Vieira da Silva, disse hoje que há uma “acalmia dos mercados” em relação à dívida soberana portuguesa, mas admitiu que “seria ilusório” afirmar que as dificuldades estão ultrapassadas.

Verificamos que existe uma acalmia de mercado. É uma verdade que os números têm comprovado. No entanto, seria ilusório dizer que as dificuldades estão ultrapassadas", disse o governante à margem da Conferência Portugal Global que está a decorrer em Lisboa.

Na quarta-feira termina o programa de financiamento da República Portuguesa para 2010, com o último leilão de Bilhetes do Tesouro (BT). O montante da emissão de BT ascende a 500 milhões de euros e tem uma maturidade de três meses.

O governante realçou, no entanto, que há um conjunto de fatores que ultrapassam o país, que têm a ver com “palcos mais amplos de movimentações de natureza financeira e política”, tendo nomeado o
“palco europeu”.

Vieira da Silva falou ainda de uma outra dimensão, a qual tem a ver com os compromissos que Portugal assumiu e que “estão a ser cumpridos e irão ser cumpridos", reportando-se à consolidação das contas públicas e à redução da dívida pública portuguesa.

O Governo está a aplicar medidas de contenção económica para reduzir o défice público para 7,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, contra os 9,3 por cento registados um ano antes, e prevê baixá-lo para 4,6 por cento no próximo ano.

Falando à saída da Conferência Portugal Global, o ministro considerou que 2011 "vai ser um ano muito difícil”, mas realçou que através da consolidação das finanças públicas, que se fará, Portugal poderá continuar a garantir o financiamento da sua economia.

Além disso, Vieira da Silva considerou que “não basta retomar a trajetória de reequilíbrio das contas públicas”, embora tenha reconhecido que é “imprescindível”.

O governante disse também que é importante que
“a economia continue a demonstrar, como demonstrou em 2010, uma capacidade de criar fatores de competitividade, nomeadamente no mercado internacional, ao nível das exportações, que ajudam ao crescimento económico".

"Isso aconteceu em 2010 e estamos a trabalhar para que este movimento continue e se afirme no próximo ano",
salientou.

Por sua vez, o economista
Augusto Mateus lembrou que os primeiros três meses de 2011 “são decisivos” para que se possa compreender se Portugal vai ter necessidade de recorrer ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), fazendo condicionar esta decisão à forma como vai decorrer a execução orçamental em 2010.

“Se fizermos algumas das reformas estruturais e uma ótima execução orçamental em 2011 Portugal poderá ter uma situação mais folgada em 2013, mas primeiro é preciso que estas coisas aconteçam”, garantiu".

JS/Lusa
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

1 comentário:

Ana Brito disse...

Caro Amigo Osvaldo
Os mercados aguardam e "espreitam" cautelosamente como seria de esperar...
Melhores tempos virão...
Grande Abraço com Amizade :)
Ana Brito