domingo, 16 de janeiro de 2011

Presidenciais: “Precisamos de outro PR, que seja o negativo de Cavaco em matéria económica e política” – Almeida Santos

Coimbra, 15 jan (Lusa)

O presidente do PS, Almeida Santos, disse hoje que Portugal precisa de um outro Presidente da República, que seja o “negativo” de Cavaco Silva em termos económicos e políticos, condenando o seu conservadorismo, neoliberalismo e silêncio.

No comício de Coimbra, num discurso em que se dirigiu ao candidato presidencial Manuel Alegre sempre tratando-o por tu, Almeida Santos apontou aquilo que para ele são os “dois ou três principais defeitos” de Cavaco Silva.

À cabeça evidenciou o conservadorismo do atual Presidente da República, defendendo que Portugal precisa de um presidente inovador – “em certo sentido até de um revolucionário” - já que os próximos cinco anos vão ser muito difíceis para o país.

Segundo o presidente do PS, Cavaco Silva não é o chefe de Estado para combater os problemas com que Portugal se enfrenta “porque ele está identificado com os autores desses mesmos erros: os economistas liberais”.

“Nós não precisamos de um presidente liberal. Precisamos de um presidente que identificasse os responsáveis por esta crise”,
realçou.

Almeida Santos condenou o presidente candidato por não ter dito nada sobre quem eram os responsáveis pela atual crise política.

“Cavaco Silva nunca responsabilizou o modelo económico liberal - que quis ficar sozinho na luta económica para poder esmagar os seus concorrentes – nunca o disse nem o dirá porque ele é, economicamente, neoliberal”, explicou.

O socialista disse ainda que Cavaco Silva “não tem o direito de querer continuar a ser o Presidente de todos os portugueses depois de nada ter feito para resolver os problemas do Mundo, da Europa e do país”.

“Precisamos mesmo de outro Presidente da República, que seja o negativo deste em matéria económica e em matéria política: não conservador e não neoliberal”, pediu.

As declarações do candidato presidencial Cavaco Silva desta semana sobre a iminência de uma crise grave em Portugal também foram alvo das críticas de Almeida Santos.

“Um Presidente da República, enquanto o é, não pode dizer ao país que vem aí uma crise grave. Só compreendo - mal - que ele o tenha feito porque precisa de reforçar o agrado que desperta nos partidos que o apoiam e não para todo o resto do país que, assim o espero, não o vai apoiar como ele pensa que vai”, declarou.

JF/Lusa

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

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