segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Euro/crise: Governo "fará tudo" o que for necessário para alcançar défice de 4,6% – Sócrates

Lisboa, 28 fev (Lusa)

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que o Governo "fará tudo" para que o défice seja de 4,6 por cento, incluindo medidas adicionais que a execução orçamental venha a demonstrar necessárias.

O primeiro-ministro falava no encerramento da II Conferência Reuters/TSF, em Lisboa.

“Se a execução orçamental vier a revelar que são necessárias mais medidas, tomá-las-emos, mas, até ver, não temos indicação nesse sentido”, disse José Sócrates, acrescentando que a execução orçamental de janeiro deixa o Governo “tranquilo” nessa matéria.

O chefe de Governo sublinhou, contudo, afirmando-o várias vezes, que o seu Executivo “fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6 por cento”.

“Quero reafirmar o que disse o ministro das Finanças. Este Governo fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6”,
insistiu.

Sócrates reconheceu que “2011 é um ano difícil, com uma execução orçamental exigente”, mas defendeu que “o importante para a execução orçamental de 2011 foi fazer o Orçamento do Estado e tomar as decisões necessárias”, que, disse, foram “muito difíceis, tomadas por um Governo que não tem maioria no Parlamento”.

O primeiro-ministro defendeu que a crise da dívida soberana – o tema da conferência que decorreu num hotel de Lisboa – é a “segunda fase da crise financeira” internacional, que “não foi resultado de nenhum excesso de endividamento seja de quem for”, mas, defendeu, da “desregulação dos mercados financeiros”.

Para Sócrates, “a resposta a esta crise tem que ser à escala europeia”, defendendo a necessidade de serem tomadas medidas no sentido de maior “integração económica”.

“É uma crise da dívida soberana europeia, é uma crise do euro, e temos que lhe responder à escala europeia. O problema é sistémico, há uns países mais afetados que outros, sim, há uns países que estão mais na berlinda, mas o problema é sistémico”, sustentou.

Todos os Estados-membros da União Europeia devem “fazer a sua parte”, disse, sendo “a responsabilidade e o desafio" português “fazer a consolidação das contas públicas”.

O chefe do Governo recusou também a ideia que a última década tenha sido a “década perdida”, considerando que, por outro lado, existiram “duas fases” nos últimos dez anos, sublinhando indicadores positivos nas áreas da Ciência, Inovação e Educação nos últimos cinco anos.

A sustentabilidade da Segurança Social, que, disse, antes de 2005 era uma “bomba ao retardador”, e a diminuição em “dez por cento” do número de funcionários públicos foram outras medidas apontadas pelo primeiro-ministro para defender uma distinção entre as “duas fases” da década.

ACL/Lusa

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