segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sócrates atribui mérito aos funcionários públicos e diz que país "está farto da maledicência" sobre esta classe

Lisboa, 21 fev (Lusa)

O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou hoje que o primeiro lugar de Portugal no ‘ranking’ da Comissão Europeia é mérito dos funcionários da administração pública e considerou que “o país está farto da maledicência” relativamente a esta classe.

“Em apenas cinco anos nós mudámos a face da administração pública, em termos eletrónicos passámos de um modesto lugar, abaixo das médias europeias, para a liderança do Governo eletrónico em termos de disponibilização dos serviços públicos ‘online’ e de sofisticação dos serviços, qualquer que seja o ângulo pelo qual se analise o ranking, não há dúvida que em Portugal obtivemos uma liderança absolutamente incontestável”,
disse.

O chefe do Governo falava durante a apresentação do relatório europeu sobre serviços públicos eletrónicos, que coloca Portugal em primeiro lugar pelo segundo ano consecutivo.

Na sua intervenção, que se seguiu às do ministro da Justiça e da Presidência, José Sócrates referiu-se aos que falam em reformas “sem ter feito nenhuma reforma” e defendeu que “aquilo que o país exige não é tanto o discurso retórico sobre reformas, mas é de quem as faça”.

Eu venho aqui para homenagear todos os funcionários públicos portugueses, porque foram eles que deram o contributo para esta mudança, este primeiro lugar que obtivemos é da administração pública, dos funcionários públicos”, afirmou Sócrates, considerando que o trabalho desta classe precisa “de ser mostrado e enaltecido”.

“O país está farto da maledicência sobre a administração pública e daquilo que significa o apoucamento dos funcionários públicos, a verdade é que em muitos domínios, Portugal está na linha da frente de uma administração pública eficaz, moderna e que presta bons serviços aos cidadãos e à economia”, referiu.

Os resultados do estudo da Comissão Europeia, segundo José Sócrates, devem-se a uma administração pública “competente, qualificada e capaz, capaz de, com orientação e com políticas adequadas”, se transformar.

“Tantas vezes vemos a administração pública desconsiderada no discurso político, tantas vezes que se esquecem os bons exemplos, o contributo de tanta gente dedicada e generosa que está empenhada em fazer do seu país um país melhor”, referiu, no mesmo tom, acrescentando que “a verdade é que a administração pública e o esforço de muitos dirigentes e funcionários permitiu que projetos que pensávamos ser impossíveis há uns anos se transformassem em projetos possíveis e dos quais já ninguém quer abdicar”.

O primeiro-ministro notou que, por exemplo, em 2010, mais de 60 por cento das empresas foram criadas com o programa “Empresa na Hora” e que, devido ao programa “Casa Pronta”, Portugal “é hoje o país do mundo onde é mais rápido comprar e registar uma casa”.

Antes da sua intervenção, o primeiro-ministro visitou as instalações do Instituto de Registos e Notariado, no Campus da Justiça, e visitou a exposição do Centenário Registo Civil Obrigatório, acompanhado por vários membros do Governo.

ATF/Lusa

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