segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Conjuntura: Álvaro Santos Pereira reconhece que recessão e desemprego vão agravar-se

Lisboa, 14 nov (Lusa)
O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, reconheceu hoje que a recessão e o desemprego "irão aumentar nos próximos tempos", mas mostrou-se convicto que 2012 será um ano de viragem para a economia portuguesa
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"Os indicadores mostram muito claramente que a recessão e o desemprego irão aumentar nos próximos tempos, todos sabemos isso. Sabemos que vai aumentar o desemprego e que as condições ainda vão piorar antes de melhorarem", disse Santos Pereira aos jornalistas no final da Comissão de Orçamento e Finanças, Segurança Social e Trabalho, que decorreu desde as 09:30 da manhã, no Parlamento.

De acordo com os números divulgados esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal caiu 1,7 por cento no terceiro trimestre deste ano face ao mesmo período do ano anterior.

Estes dados revelam uma tendência de deterioração da economia portuguesa. Ainda assim, estes dados do INE são menos negativos que as previsões divulgadas pela Comissão Europeia na semana passada.

Segundo a estimativa rápida das contas nacionais do INE, este é o terceiro trimestre consecutivo em que a economia portuguesa encolhe em comparação com o ano anterior. Em cadeia (isto é, face ao trimestre anterior), também se registou uma quebra, de 0,4 por cento.

Ainda assim, Santos Pereira reforçou que 2012 será o ano do "início do fim da crise" e recorreu a previsões internacionais para sustentar a sua convicção.

"As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), da Comissão Europeia (CE), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apontam que a economia deva estar a crescer acima de um por cento em 2013, são as previsões. Obviamente, apontar este ou aquele trimestre de recuperação, ninguém pode dizê-lo", rematou Santos Pereira.

Apesar da confirmação da trajetória negativa da economia portuguesa, os números hoje divulgados pelo INE são menos maus que os estimados pela Comissão Europeia nas suas previsões de outono, publicadas na semana passada.

A Comissão previa uma queda homóloga do PIB de 2,6 por cento e uma redução em cadeia de 1,4 por cento, valores bastante mais negativos do que os -1,7 homólogos e -0,4 em cadeia que o INE agora apresenta.

As previsões da Comissão apontam para que a tendência de queda da economia portuguesa acelere - ou seja, que os dados do PIB sejam mais negativos no último trimestre deste ano e no início de 2012.

Os números hoje avançados pelo INE são uma estimativa rápida. O departamento estatístico do Estado vai divulgar os resultados correntes das contas nacionais trimestrais para o terceiro trimestre a 09 de dezembro.

SMS (PGR)/Lusa

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