sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PS: "Baixar salários no sector privado é autêntico disparate",sublinha António José Seguro

Vila Nova de Famalicão, 18 nov(Lusa)
O secretário-geral do PS considerou hoje um "disparate" baixar salários no sector privado e realçou a importância de "injetar" na economia portuguesa liquidez através do acesso das empresas ao crédito.

À margem de uma visita à empresa têxtil Fergotex, em Vila Nova de Famalicão, António José Seguro considerou "um "autêntico disparate" não existir "necessidade de injetar mais crédito na economia" portuguesa, como defendido pela ´troika´, reafirmando que o Orçamento para 2012 tem "excesso de precaução".

Para Seguro, a ´troika´ "pode olhar para os números" e afirmar não ser necessário mais crédito.

"Mas se olharem para a realidade do nosso tecido empresarial vão ver que as empresas têm dificuldade em de se pré-financiarem para comprar matérias-primas" fazendo assim face à produção, declarou.

Seguro defendeu por isso que Portugal precisa que os bancos "cumpram a sua função essencial" que é, explicou, "injetar crédito na economia".

Questionado sobre a possibilidade dos salários no sector privado serem reduzidos, o líder socialista classificou esta possibilidade como sendo "um disparate".

"É um disparate. Nós não podemos criar um modelo de desenvolvimento do nosso país com base em salários baixos. Nós temos é que introduzir na nossa economia competitividade através da inovação e da criação de mais valia no produto final", explanou.

António José Seguro reafirmou ainda que "há margem no Orçamento" para 2012 e que a proposta do Governo, já aprovada na Assembleia da Republica na generalidade com a abstenção do PS, tem "excesso de precaução".

Segundo o líder do PS "há margem para devolver uma pensão e um salário aos funcionários públicos e aos pensionistas" explicando que o facto das taxas de juro terem sido diminuídas "significa que há uma margem porque não será necessário pagar tantos juros".

O "excesso de precaução"significa, para Seguro, "retirar mil milhões de euros dos salários dos funcionário públicos, de pensões", mas, explicou "se esse dinheiro fosse devolvido aos trabalhadores e aos pensionistas podia estar na economia e podia dinamizar o consumo interno" tendo "menos efeito recessivo na queda" do produto do país.

O líder do principal partido da oposição ao Governo assegurou que, quando faz uma proposta, o faz "fundamentadamente" e disse "ter pena" que o Governo "se esteja a isolar cada vez mais".

António José Seguro voltou a dar conta da proposta que fez à ´troika´ para que "houvesse uma suavização" dos sacrifícios exigidos aos portugueses "alargando por mais um ano o prazo de ajustamento" de Portugal.

A ´troika´, esclareceu, "tomou nota":

"Gostava que tomasse mais do que nota", rematou.

JYCR/Lusa

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