segunda-feira, 25 de junho de 2012

Debate da moção de censura: Silva Pereira recusa criação de crise política


 Pedro Silva Pereira acusou nesta segunda-feira, no Parlamento, o PCP de ter aberto as portas ao Governo de direita há um ano e defendeu que este não é o momento para criar uma crise política.
O ex-ministro da Presidência do Executivo de José Sócrates falava no Parlamento durante o debate da moção de censura apresentada pelo PCP ao Governo de coligação PSD/CDS.
Silva Pereira acusou os comunistas de serem co-responsáveis pela crise actual e pelo Executivo que está à frente dos destinos do país: “Há pouco mais de um ano, o PCP, este mesmo Partido Comunista, optou por aliar-se à direita para derrubar um governo do PS. Aceitou prestar esse serviço no dia e na hora que a direita escolheu. Colaborou na abertura de uma crise política, no momento mais conveniente para os interesses da direita e mais inconveniente para os interesses de Portugal”, acusou.
O deputado defendeu que o PCP tem todo o direito de apresentar uma moção de censura ao Governo, mas não pode agir “como se não tivesse nenhuma responsabilidade no assunto”. Silva Pereira frisou que o PS vai abster-se na votação da moção, mas voltou a lembrar que os socialistas vão continuar a combater todas as medidas que o Governo aplica e que não estão inscritas no memorando de entendimento subscrito com a troika.
A intervenção de Pedro Silva Pereira mereceu aplausos de pé da bancada do PS, numa unanimidade que tem sido rara no Parlamento. Na resposta, o deputado social-democrata, Adão e Silva, devolveu acusações e inquiriu: “Quando é que o PS faz o ‘mea culpa’ da situação que criou?". 
Adão e Silva ironizou o entusiasmo da bancada parlamentar socialista durante a intervenção do ex-ministro de Sócrates e questionou Silva Pereira se o seu discurso traduziria “uma encomenda de um café de Paris”. O aparte do social-democrata mereceu desagrado da bancada do PS.
25.06.2012 - 18:31 Por:Público, Rita Brandão Guerra

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